Criação da Aula de Fortificação e Arquitectura Militar, que formaliza o ensino e estabelece a profissão de engenheiro.
Tendo sido precedida pela Aula da Esfera, passará depois a denominar-se Academia Militar da Corte (1675-1779). Aí ensinará Luís Serrão Pimentel (1613-1679).
Determinar-se-á em 1732 que se estabeleçam mais duas Academias Militares, uma na Praça de Elvas e outra na de Almeida.
Para seguirem a profissão de engenheiros, os candidatos deveriam saber executar "cartas e plantas geográficas", entre outras matérias da sua profissão.
Nos seus estatutos, define-se o curso matemático a ser frequentado pelos aspirantes a oficiais engenheiros, que só depois passarão a "ouvir as lições de Fortificação e Engenharia e a instruírem-se no desenho".
Criação da Academia de Fortificação, Artilharia e Desenho, que finalmente consagra a formação regular dos engenheiros militares.
Início dos trabalhos geodésicos em Portugal
Estes trabalhos foram principiados em 1790 sob a direção do matemático e astrónomo Francisco António Ciera (1763-1814).
Neles colaborarão ainda os oficiais do Real Corpo de Engenheiros Carlos Frederico Bernardo de Caula (1766-1835) e Pedro Folque (1757?-1848). Suspensos em 1804, estes trabalhos serão reiniciados 31 anos depois.
Primeira medição efectuada por Francisco António Ciera da base Batel-Montijo, que será repetida no ano seguinte, seguindo-se a grande base na Charneca da Barranha, conhecida por Buarcos-Monte Redondo (1795-1796).
Nova medição da base Batel-Montijo ocorrerá em 1835.
Fundação da Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica para o Desenho, Gravura e Impressão das Cartas Hidrográficas, Geográficas e Militares (vulgarmente conhecida apenas por Sociedade Real Marítima).
Organizada em duas classes, a das Cartas Hidrográficas e a das Cartas Geográficas, Militares e Hidráulicas, determina-se ainda que esta Sociedade disponha de uma oficina de desenho e gravura. O estabelecimento desta oficina seria uma das decisões de grande alcance para a Cartografia nacional, não fosse o pouco tempo de duração da Sociedade, que em 1803 apresentará já problemas de funcionamento.
"Título III. Da Classe das Cartas Geográficas, Militares e Hidráulicas
I. Terá esta classe por primeiro e principal objecto a publicação da excelente Carta Geográfico-Topográfica do Reino, que Tenho mandado levantar, e em que se está actualmente trabalhando, e que, executada com as mais perfeitas medidas Trigonométricas, e ligada a Observações Astronómicas, nada deixará a desejar.
II. Terá a seu cargo o Depósito e a Gravura das Cartas Militares, que se julgar necessário mandar desenhar e gravar, para melhor se determinarem os princípios, com que se deve figurar a defesa do Reino, e seus Domínios Ultramarinos.
III. A esta mesma Classe ficará pertencendo o cuidado de fazer desenhar e gravar as Cartas de Canais e outras Obras Hidráulicas, que se julgarem mais próprias, para facilitar as comunicações interiores do Reino, e para se fertilizarem os Terrenos por meio de irrigações. Igualmente Sou Servida incumbi-la do cuidado de publicar as Cartas parciais do Reino, deduzidas da Grande Carta, depois que a mesma se achar terminada, a fim de promover a execução, em todas as Províncias do Reino, de um luminoso, exacto e geral Cadastro de todas elas e dos seus produtos."
Extracto do Alvará de 30 de Junho de 1798, que cria a Sociedade Real Marítima, com as incumbências da Classe das Cartas Geográficas, Militares e Hidráulicas (com grafia actualizada).
Criação do Arquivo Militar para o depósito de cartas e memórias executadas pelos oficiais do Real Corpo de Engenheiros, bem como para o seu desenho e cópia.
A direcção dos seus trabalhos estará entregue durante muitos anos ao brilhante oficial Marino Miguel Franzini. Este Arquivo será extinto em 1869.
"Tendo determinado criar por Decreto de 20 de Julho precedente o posto de Inspector das Fronteiras e Costas Marítimas deste Reino, que deverá ser o Comandante em Chefe do Estado-Maior anexo à mesma Inspecção, na conformidade do Regimento interino, que para o mesmo efeito Fui Servido ordenar; e devendo consistir os trabalhos do dito Inspector e dos Oficiais que compõem o Estado-Maior da Inspecção examinar cuidadosamente o estado das Fronteiras e Costas Marítimas, propor os planos de defesa que parecerem mais apropriados, levantar Cartas e Mapas Militares das Praças, Torres e posições que forem ordenadas; e convindo que estes importantes trabalhos sejam fiel e cuidadosamente conservados e colocados com a ordem e método que melhor possa facilitar o uso deles: Sou Servido criar para este efeito um Arquivo Militar, em que se deverão reunir não só todos os trabalhos, a que mando proceder pela Inspecção, mas também todas as Memórias, Cartas, e Planos militares existentes, assim as que respeitam a esta Monarquia e suas Colónias, como os que forem relativos aos Países Estrangeiros.
E considerando Eu a importância de um semelhante Depósito: Hei por bem criar para a direcção dele um Director, que além dos distintos conhecimentos militares e graduação que para isso o deverão habilitar haja de reunir circunstâncias pessoais, que o façam digno da Minha Real Confiança. A este Director, que Sou Servido Criar com a denominação de Director do Arquivo Militar, deverá pertencer a arrecadação das Memórias, Cartas, Planos Militares que existirem no Arquivo, e não lhe será permitido comunicá-los sem que preceda uma ordem Minha especial, ou proferida imediatamente, ou comunicada no Meu Real Nome pelo Meu Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra; devendo ficar subordinados ao Director do Arquivo Militar os Oficiais Militares, mais Empregados que Eu houver de destinar para o serviço do mesmo Arquivo.
O Conselheiro Ministro, e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra o tenha assim entendido e o faça executar em observância das Ordens que para este efeito Fui Servido prescrever-lhe. Palácio de Queluz em 4 de Setembro de 1802."
Decreto de 4 de Setembro de 1802, que cria o Arquivo Militar (com grafia actualizada).
Este regulamento definia, entre outros aspectos, os trabalhos que competem, em Portugal, aos oficiais engenheiros.
Reinício dos trabalhos geodésicos, sob a direcção de Pedro Folque coadjuvado pelo seu filho Filipe Folque, que assumirá depois a chefia.
No ano seguinte será novamente medida a base Batel-Montijo, sendo depois definidas as normas a seguir no desenho da nova carta geral do Reino e iniciados os levantamentos topográficos (1:10 000).
Os trabalhos serão interrompidos de 1838 a 1843 e ainda perturbados até meados do século pela instabilidade política e social do país.
A Academia das Ciências de Lisboa inicia a publicação da Memoria sobre os trabalhos geodesicos executados em Portugal (terminada em 1856), de que Filipe Folque havia sido encarregado pelo governo em 1833, em conjunto com seu pai.
Senhor
(...) Se a cultura das ciências exige certas comodidades e tranquilidade de espírito; se todos os trabalhos públicos dependem de estado pacífico dos povos, é evidente que os trabalhos geodésicos não carecem menos destas condições; quem sofre as privações e incómodos inerentes a excursões feitas pelas áridas charnecas e ásperas serras de Portugal, ou entre povos bastante rudes, não precisa que se lhe acumulem as funestas consequências das revoluções continuadas deste malfadado país para esses trabalhos se tornarem absolutamente impraticáveis. Com efeito, os oficiais engenheiros, encarregados destes trabalhos, posto que tenham toda a prudência e bom juízo para viverem em harmonia com os povos por onde têm de passar repetidas vezes, contudo o povo, minimamente desconfiado, vendo-os pelas alturas com óculos e instrumentos, julga quase sempre serem estas causas presságios de guerras ou de novos tributos; se é fácil dissuadi-los desta persuasão em tempos tranquilos, pelo contrário é isto impossível nas circunstâncias revolucionárias; e a experiência nos tem mostrado que, em épocas tais, é preciso abandonar os trabalhos, porque a desconfiança de todos e de tudo torna-se então perigosa. Foram estes os motivos das interrupções que os trabalhos tiveram no decurso dos dois períodos de 1835 a 1838 e de 1843 a 1848, em que tenho estado encarregado desta comissão.
Quem tiver lido a história dos trabalhos geodésicos e topográficos da França, facilmente aprecia o tempo e os capitais que devem ter absorvido; e o que a este respeito acontece em França tem sucedido em todos os países que se ocupam de semelhante objecto. O nosso Governo parece ter querido a continuação dos trabalhos geodésicos e a confecção da carta topográfica do reino; mas por um esquecimento inexplicável tem constantemente deixado de propor no orçamento uma certa verba, sem a qual é absurdo esperar que eles possam ter maior e mais regular desenvolvimento. Na verdade, sem construir os sinais ou pirâmides permanentes; sem possuir bons instrumentos, que facilitem as observações e possam garantir a sua exactidão; sem boas pranchetas e mais utensílios, que abreviam os trabalhos topográficos; sem meios prontos para satisfazer todas as mais despesas, de que dependem, como se poderão conseguir tão importantes resultados? Todos sabemos, infelizmente, que o Governo não pode dispor de somas muito avultadas, mas se é verdade que a Carta Topográfica do Reino é um dos fundamentos de uma administração ilustrada, é preciso que se faça algum esforço pecuniário para se conseguir tão importante fim; por pequeno que seja esse esforço, serve ele de grande auxílio, porque o tempo e a perseverança tudo vence.
A falta de meios para este ramo do serviço do serviço tem sido tão extraordinária, que não podemos deixar de apresentar alguns factos para esclarecimento de todos. A difícil e dispendiosa medição da Base entre o Montijo e Batel teve por origem o desaparecimento da laje, enterrada no Batel pelo Dr. Ciera em 1794, na qual estava marcado um dos extremos da dita Base. Se logo naquela época se tivessem construído as suas pirâmides permanentes no Montijo e Batel, por certo não se teria feito tanta despesa com a nova medição em 1835. Logo que concluímos esta operação, não podíamos com o funesto exemplo do passado suportar a ideia de se não construírem nos extremos desta base as duas pirâmides permanentes. Cansados de representar os inconvenientes de semelhante falta, e apelando para o sentimentalismo, resolvemos mendigar pelas diversas repartições do Estado os materiais precisos para esta construção; e, empenhando todas as nossas relações e amigos, pudemos finalmente conseguir que em 1838 (pouco depois de sermos dispensados destes trabalhos) se construíssem as referidas pirâmides no Montijo e Batel. É portanto do nosso dever dar neste lugar um testemunho de gratidão às pessoas que mais eficazmente contribuíram para este objecto de serviço e utilidade pública; foram eles Marino Miguel Franzini, Inspector da Cordoaria; João Pedro Nolasco da Cunha, Inspector do Arsenal da Marinha; e José Bento Fava, Inspector das Obras Públicas.
Por falta de meios muito diminutos tem sido também o pessoal, empregado em tão vastos trabalhos; e a respeito de instrumentos foi recentemente, em 1845 e 1846, que obtivemos quatro teodolitos de Trougthon de diversas forças e grandezas: pelo mesmo motivo se acham igualmente por construir em todo o reino mais de quarenta pirâmides; sem elas não é possível que os trabalhos da alta geodesia possam continuar; todavia, não sendo essencial que todos se construam ao mesmo tempo, bastaria que, em cada ano, se levantassem cinco ou seis para os trabalhos em grande se desenvolverem suficientemente: cada pirâmide tem 12 e 14 palmos de lado sobre a base e 35 a 40 de altura; e o seu custo médio pode avaliar-se em 240
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A topografia não tem sido fornecida com mais abundância de meios que a geodesia; o nosso Arquivo Militar acha-se tão desprovido de instrumentos que os trabalhos topográficos começaram com uma prancheta emprestada: depois que tomei novamente conta da comissão só em 1844 se passou ordem para no Arsenal do Exército se construírem três sofríveis pranchetas; e em 1845 se encomendaram para França duas alidades de óculo.
O desgraçado estado das nossas finanças tendo chegado a todos e a tudo, não é para admirar que os soldos e gratificações dos oficiais engenheiros, empregados nos trabalhos geodésicos do reino, tenham igualmente passado por todas as vicissitudes da época; a natureza porém deste serviço todo especial coloca-os em circunstâncias tão singulares, que seria injusto não as tomar na devida consideração. Os vencimentos legais dos oficiais engenheiros são conhecidos de todos; as enormes despesas, que se fazem nas estradas e estalagens de Portugal, ninguém há que as ignore; os trabalhos geodésicos dependem de contínuas excursões, a maior parte das vezes por serras e charnecas, fora das estradas e povoados; por mais económico que seja um oficial, a experiência tem mostrado que este serviço especial não se pode desempenhar sem sofrer grandes privações e, porventura, sem alguma quebra de dignidade da própria posição social. Se pois com o pagamento regular de seus vencimentos este serviço é penoso, como se poderá ele desempenhar, quando sobre atrasos acrescem pontos, sobre pontos novos atrasos, sobre estes quinzenas, e sobre elas ainda outros atrasos?! Direi mais, acha-se ordenado que as despesas do expediente, de guias e práticos, da construção de pequenos sinais, da condução de instrumentos, etc., sejam feitas pelos oficiais e pagas depois por meio de folhas competentemente legalizadas: acreditar-se-á que a importância destas folhas, que representam dinheiros adiantados ao estado pelos oficiais, lhes seja paga três a cinco meses depois do serviço se ter concluído?! É forçoso confessar que não há zelo, nem brio, nem mesmo amor de ciência, que possa suprir tão intensas e repetidas faltas de meios. (...)
Deus guarde a preciosa vida de Vossa Majestade, por muitos e dilatados anos, como todos havemos mister.
Lisboa, 3 de Abril de 1848
Filippe Folque
Ten. Cor. Gra. Eng.
In: Revista Universal Lisbonense (1848, com grafia actualizada)
Organização do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, criando-se na sua dependência a Direcção dos Trabalhos Geodésicos e Topográficos.
Dirigida pelo oficial Filipe Folque, esta Direcção, por várias vezes remodelada, terá depois diversas designações. Logo a seguir, determina-se o levantamento da carta corográfica 1:100 000.
Publicação da primeira folha das Carta dos arredores de Lisboa 1:20 000.
Editada inicialmente pelo Corpo do Estado-Maior e depois da implantação da República pelo Estado-Maior do Exército, mudará o seu título para Carta topográfica de Portugal após a I Grande Guerra. Esta cobertura será suspensa no começo da década de 1930 e substituída pela Carta militar de Portugal 1:25 000.
Supressão da Secção de Cartografia Militar e sua fusão no Instituto Geográfico e Cadastral (criado em 1926). Esta fusão será de curta duração mas, mesmo assim, os serviços cartográficos militares não ficarão completamente inactivos.
"Pelo Decreto n.º 16 926, de 29 de Abril de 1929, que regula a execução dos serviços do Instituto Geográfico e Cadastral (IGC), estipula-se que ele é o organismo central de Cartografia do Continente e Ilhas, sendo da sua competência exclusiva os trabalhos e operações de levantamentos corográficos, topográficos e cadastrais desse território, destinadas à organização das respectivas cartas ou mapas em qualquer escala. As operações de levantamentos fisiográficos destinados à execução de cartas especiais a partir das cartas anteriores são da competência dos organismos oficiais a que estão atribuídos mas as cartas agrícolas serão extraídas pelo IGC dos mapas parcelares do cadastro geométrico da propriedade rústica e publicadas por concelhos em escala conveniente pelo mesmo Instituto. O levantamento e a produção de cartas hidrográficas continuam a cargo do Ministério da Marinha. Os levantamentos de plantas parciais em grande escala, exclusivamente destinadas a fins militares ou ao estudo e execução de melhoramentos materiais (vias de comunicação, obras de hidráulica, etc.) serão elaboradas pelos respectivos serviços públicos. A Repartição competente da 3.ª Direcção Geral do Ministério da Guerra indicará ao IGC quais as obras militares que não devem figurar nas cartas publicadas por este e, no caso de poderem figurar, as convenções a adoptar para a sua representação, assim como deverão indicar as minutas dos levantamentos e cartas topográficas que pela sua natureza militar se devem considerar confidenciais. O IGC fará a conversão das cartas em cartas militares, a partir de normas estabelecidas pela 3.ª Direcção Geral do Ministério da Guerra, que executará nas suas oficinas a impressão das edições suplementares necessárias ao serviço do Exército. Concedem-se ainda no IGC os estágios aos oficiais do exército que a referida 3.ª Direcção achar necessários, indicando anualmente as épocas e o número de estagiários. Os serviços públicos anteriormente referidos deverão facilitar uns aos outros as cartas e outros trabalhos executados, não reservados, a fim de evitar duplicações e despesas; os mesmos serviços públicos poderão requisitar ao IGC as ampliações e reduções dos mapas existentes, assim como a impressão dessas cartas, pagando as respectivas despesas. Só é permitido às entidades particulares a publicação de cartas na escala 1:500 000 ou inferiores, exceptuando-se as "cartas de pequenos trechos de turismo, que deverão antes da publicação ser visadas pelo IGC" (Art.º 10º). Determina-se finalmente que "os oficiais do exército, engenheiros agrónomos e desenhadores, bem como o material que em virtude do presente decreto ficam disponíveis nos respectivos Ministérios, transitarão com as respectivas verbas orçamentais para o IGC" (Art.º 11º)."
Criação dos Serviços Cartográficos do Exército, dando o corpo e a organização adequados à Cartografia militar.
Começo da publicação regular da Carta militar de Portugal 1:25 000 (série M888), constituída por 640 folhas de cobertura do território continental (actualmente, 633 folhas), cuja 1.ª edição (1928-1965) estará praticamente concluída em 1955.
Outras edições: 2.ª ed., 1938-2003; 3.ª ed., 1951-; 4.ª ed., 1970-; 5.ª ed., 1991-; 6.ª ed., 2008-;
1935 - Aquisição do primeiro aparelho restituidor (ZEISS Multiplex)
1939 - Aquisição da câmara aérea (ZEISS RMK 21 S 818)
A câmara fotográfica Zeiss RMK 21, cuja aquisição havia sido proposta em 1936, integrada no programa de aquisição de 10 aeronaves Junkers JU-86 para a Aeronáutica Militar, Arma pertencente ao Exército e antecessora da Força Aérea Portuguesa (criada em 1952).
Publicação da primeira folha obtida por processos fotogramétricos – 523 (Pias)
Dois anos após a introdução da fotografia aérea na produção da Carta Militar de Portugal, à escala 1:25 000, foi publicada a primeira folha obtida por processos fotogramétricos (folha 523 – Pias).
Deu-se
início à produção da nova Carta Itinerária 1:250 000, com o seccionamento de 8
folhas, tendo sido a Folha 6 (Évora) a primeira a ser elaborada.
Em
relação ao primeiro protótipo da carta houve a necessidade de introduzir
alterações na representação das distâncias, a fim de tornar mais legível a sua
leitura (quilometragem assinalada de 5 em 5 quilómetros, sem atender aos
cruzamentos, exceto nas estradas principais) e também na altimetria, tendo sido
introduzida uma gradação de cores verde a siena.
Fim da 1.ª edição da carta 1:25 000 do Continente, que se conclui com a folha das Berlengas.
Início da publicação da Carta Militar 1:250 000
Início da publicação da Carta militar de Portugal 1:250 000 (série M586, 8 folhas): 2.ª ed.: 1965-1968; 3.ª ed., 1996-1998; 4.ª ed.: 2005.
Distribuição dos primeiros fotomapas de Angola
Início da distribuição dos primeiros fotomapas de Angola, na escala 1:100 000 (154 folhas, ca. 1964-1973), para apoio das operações militares, durante a Guerra Colonial, correspondentes ao norte e nordeste de Angola.
Aquisição de um autógrafo WILD A7 e do registador de coordenadas WILD EK5
Com a aquisição dos dois equipamentos passava a ser possível o registo das coordenadas dos pontos adquiridos a partir da restituição, o que até aí não era possível.
Boletim do SCE
Publicação do primeiro número do Boletim do Serviço Cartográfico do Exército. A sua periodicidade era bimensal.
Na nota de abertura o chefe do SCE referia que o boletim pretendia ser uma plataforma de assuntos selecionados “que possam interessar à resolução dos nossos problemas …?, contribuindo para o aperfeiçoamento cultural de todo o pessoal do Serviço e para uma melhor consciencialização de cada um dos seus elementos acerca das atividades em que estão integrados, dos processos, dificuldades e fastos mais importantes do organismo de que fazem parte, circunstância, sem dúvida, favorável ao aumento de rendimento e da dignificação do nosso trabalho”.
Início da publicação da Carta militar de Portugal 1:50 000, produzida por generalização da carta 1:25 000 e em colaboração com o Defense Mapping Agency dos Estados Unidos da América (175 fl., série M782, continuada pela série M783 a partir de 2006, mantendo o aspecto geral e enquadramento, mas com modificação da simbologia e informação marginal de modo a obedecer aos Standardization Agreement da NATO, STANAG 3676).
O Instituto Geográfico do Exército assumirá em 1993 a responsabilidade total pela produção desta série.
Cartografia de Timor (Série T753) (1966-1969)
Início da elaboração da Carta de Portugal – Província de Timor, na escala 1:50 000, com base na versão produzida pelo Centro de Geografia do Ultramar/Junta de Investigação do Ultramar. Para além desta, foi também produzida uma versão militar que se diferenciava pela existência da quadrícula UTM.
Uma vez concluídas as folhas no desenho, o SCE solicitava as matrizes para as reproduzir em ozalides, com o objetivo de os distribuir às unidades militares, enquanto não era publicada a versão definitiva das folhas e, quando a folha estivesse pronta para a impressão, a tipografia solicitava ao SCE a quadrícula azul com o sistema UTM, para justapor à informação base, fazendo-se impressões diferentes para cada uma das instituições.
Trabalho de investigação sobre a Triangulação Aérea, em parceria com o Centro de Cálculo da Fundação Calouste Gulbenkian
Estabelecidos contactos com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), com o objetivo do SCE utilizar o computador disponível no Centro de Cálculo Científico (CCC) daquela Fundação, para o desenvolvimento de programas que permitissem a aplicação de uma nova metodologia com vista à resolução da triangulação aérea (TA), procurando garantir duas premissas: (i) a precisão do processo; (ii) a redução do número de pontos de apoio a obter no campo.
1968 - Aquisição de dois distanciómetros WILD DI-50
Adquiridos 2 equipamentos WILD DI50 Distomat para medição de distâncias. Os aparelhos funcionavam através de micro-ondas e cada um pesava cerca de 23 kg, podendo medir distâncias de 50 m até 50 km. Para a medição da distância eram necessários 2 aparelhos, colocados um em cada extremidade do troço a medir.
Publicação das primeiras folhas de Cabo Verde
As coberturas fotográficas das ilhas do Sal e de Maio estavam prontas para serem trabalhadas pelo SCE. As fotografias aéreas utilizadas inicialmente no trabalho de campo datavam de 1960 e 1961 e foram cedidas pelo Centro de Geografia Ultramarino.
Posteriormente a FAP efetuou uma cobertura aerofotográfica e as 3 folhas da ilha do Sal foram publicadas em menos de um ano.
Iniciaram-se os trabalhos de campo na ilha de Santiago.
Início de uma nova edição da Carta da Guiné
Início da nova edição da Carta da Guiné Portuguesa 1:50 000 (série G745, incompleta, 43 folhas, 1968-1975), que retoma a carta na mesma escala editada pela Junta de Investigações do Ultramar (72 folhas, 1953-1966), na qual o Serviço Cartográfico do Exército havia colaborado em trabalhos de restituição.
Início da utilização regular da triangulação aérea no SCE
A triangulação aérea passa a ser regularmente utilizada na cadeia de produção do Serviço Cartográfico do Exército, simplificando o apoio topográfico no campo.
1975 - Concluída a publicação das folhas da Guiné Portuguesa, escala 1:50 000 (G745) (1968-1975)
Esta série cartográfica retoma a carta na mesma escala editada pela Junta de Investigações do Ultramar, sobre a qual foi colocada a quadrícula UTM.
Mudança do Serviço Cartográfico do Exército para as actuais instalações
Mudança do Serviço Cartográfico do Exército para as actuais instalações, na avenida Dr. Alfredo Bensaúde (Lisboa).
Começo da publicação da Carta do Concelho de Lisboa
Começo da publicação da Carta do concelho de Lisboa 1:10 000 (4 folhas, 1975-1981).
1979 - Conclusão da publicação das folhas da República de Cabo Verde (G811) (1968-1979)
A satisfação dos compromissos de Portugal, no contexto do acordo de cooperação com a nova República de Cabo Verde, acelerou a publicação da Carta de Portugal – Província de Cabo Verde / República de Cabo Verde, tendo as ilhas de Santo Antão, Brava, Fogo e Maio sido as últimas a serem editadas, já ao abrigo do Acordo Diplomático entre os dois países.
Utilização de imagens de satélite na actualização das pequenas e médias escalas
Transformação do Serviço Cartográfico do Exército em Instituto Geográfico do Exército (Decreto-lei n.º 50/93, de 26 de Fevereiro, que aprova a orgânica do Exército).
Dependente do Comando da Logística do Exército Português, compete ao IGeoE a produção de informação geográfica e cartográfica de apoio às necessidades militares, embora grande parte dessa informação seja também disponibilizada para diversos fins civis.
Começo da utilização das estações InterPro na aquisição de dados
Chegada das estações InterPro com sistema UNIX e software específico (Microstation) para aquisição de dados.
Primeiro projeto do sistema de Informação Geográfica (SIG) Militar
Introdução do método de completagem
Participação no projeto VMap no âmbito da NATO (cobertura cartográfica mundial 1:250 000).
Atribuição da Medalha de Ouro de Serviços Distintos
A Medalha de Serviços Distintos destina-se a galardoar serviços de carácter militar, relevantes e extraordinários, ou actos notáveis de qualquer natureza ligados à vida da instituição militar, de que resulte, em qualquer dos casos, honra e lustre para a Pátria ou para a própria instituição.
Criada em 2 de Outubro de 1863, por decreto da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra, com o nome de Bons Serviços, a segunda de três classes da medalha militar, passa a chamar-se definitivamente Medalha de Serviços Distintos em 1946, através do Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946.
Início da produção de cartas a partir das imagens do satélite SPOT, sendo editadas, no ano de 2000, 18 folhas da Carta-imagem de Portugal 1:50 000, abrangendo a área a Sul de Santiago do Cacém.
Início da edição da Ortofotocarta de Portugal
Início da edição da Ortofotocarta de Portugal 1:10 000 (20 folhas, 1998-2001), abrangendo algumas capitais de distrito.
Inauguração do observatório astronómico
Atribuição da Ordem do Infante D. Henrique (Membro Honorário)
A Ordem do Infante D. Henrique é uma Ordem honorífica portuguesa que visa distinguir a prestação de serviços relevantes a Portugal, no País ou no estrangeiro, ou serviços com o intuito de expandir a cultura portuguesa, a sua História e os seus valores.
Início da participação no projeto mundial MGCP (Multinational Geospatial Co-Production Program) para produção de informação geográfica à escala 1:50 000 e 1:100 000.
O Projeto nasceu na sequência da conclusão do programa Vmap1 (Vector Map Nível 1). É um Projeto multinacional de informação geográfica em plataforma SIG com exatidão posicional, pormenor, rigor geométrico e densidade de objetos que permitam uma resolução espacial compatível com escalas 1:50 000 ou 1:100 000 e que conta com 29 países participantes. Esta informação destina-se essencialmente a sustentar e apoiar espacialmente os sistemas militares no apoio à decisão, bem como a ações humanitárias. Toda a informação é trabalhada no sistema de coordenadas WGS84.
Membro Honorário da Ordem de Santiago da Espada
A Ordem Militar de Santiago da Espada é uma Ordem honorífica Portuguesa que herdou o nome da Ordem de Santiago, extinta em 1834, e que é concedida por mérito literário,científico e artístico.
Implementação do SERVIR (Sistema de Estações de Referência GPS VIRtuais) - sistema de estações de referência GPS/GNSS
Inicio da montagem das estações da rede SERVIR, para posicionamento em modo RTK, DGPS e Pós-Processamento, inicialmente na região de Lisboa, que se estendeu gradualmente a todo o País com estações montadas essencialmente em unidades do Exército mas também da Marinha, da Força Aérea e em instituições civis (Universidade de Beira Interior e Instituto Politécnico de Bragança).
Criado o primeiro sistema de visualização de informação geográfica assente numa plataforma web, orientado para operações militares. O seu objetivo é disponibilizar informação e proporcionar apoio geográfico ao Exército ao nível do planeamento de operações.
Mereceu a distinção de estar entre os dez projetos premiados que mais se destacaram no âmbito das tecnologias de informação e comunicações pela
CIO Awards 2013, Chief Information Officer, promovido pela International Data Corporation (IDC) Portugal.
Transformação do Instituto Geográfico do Exército em Centro de Informação Geoespacial do Exército (Decreto Regulamentar nº 11/2015, de 31 de Julho).
Dependente do Comando da Logística do Exército Português, compete ao CIGeoE a produção de informação geográfica e cartográfica de apoio às necessidades militares, embora grande parte dessa informação seja também disponibilizada para diversos fins civis.